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IoT: estratégia para Ciência de Dados na indústria

A aplicação da Internet das Coisas (IoT) no setor industrial, conhecida como IIoT (Industrial Internet of Things), tem revolucionado a comunicação e a operação entre dispositivos fabris. Em ambientes de manufatura, essa tecnologia demanda robustez para assegurar a confiabilidade e a segurança intrínsecas aos processos produtivos.

Dessa forma, a aquisição de dados do mundo físico é o primeiro passo para a digitalização dos processos industriais. Sensores e atuadores capturam variáveis como temperatura, pressão, vibração e posição, convertendo fenômenos físicos em sinais elétricos. Esses sinais, muitas vezes analógicos, precisam ser condicionados — amplificados, filtrados e isolados — antes de serem digitalizados por sistemas de aquisição de dados (DAQ) para posterior análise. Os sistemas DAQ desempenham funções cruciais como:

  • Condicionamento de sinal, para garantir a integridade dos dados.
  • Conversão Analógico-Digital (ADC), transformando sinais contínuos em dados discretos.
  • Registro e transmissão de dados, que podem ser enviados para servidores locais ou plataformas em nuvem.

A arquitetura típica de uma rede IIoT é estruturada em camadas, sendo a primeira a percepção, em que sensores monitoram variáveis como temperatura, pressão e consumo de energia. Uma segunda, a camada de rede, é responsável pela transmissão desses dados através de tecnologias como LAN, WAN, Wi-Fi e 5G. Na sequência, a camada de análise processa as informações, seja localmente (edge computing) ou na nuvem (cloud computing), para identificar padrões, prever falhas e otimizar processos. Finalmente, a camada de aplicação utiliza esses insights para a tomada de decisões informadas e a automação de tarefas.

IoT in Industry
IIoT four-layer architecture

Outro benefício significativo do IIoT reside na capacidade de promover a interoperabilidade entre máquinas que operam com diferentes protocolos e arquiteturas, facilitando a integração de sistemas complexos.

Protocolos de comunicação no IIoT

A infraestrutura do IIoT viabiliza a coleta de dados em tempo real, o que contribui para otimizar a confiabilidade e a eficiência de todo o sistema conectado. Para que a transmissão entre sensores seja eficaz, existem diferentes protocolos de comunicação, cada qual projetado para atender a necessidades particulares. A frequência de operação, o padrão IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos) e a faixa de transmissão são critérios para descrevê-los. Alguns deles são:

Protocolo Interoperabilidade Desempenho (Taxa de Dados, Latência, Tempo Real) Segurança Escalabilidade Custo-Benefício
Modbus Originalmente projetado como um protocolo serial, porém há versões que operam sobre infraestrutura ethernet Largura de banda menor. Pode ser lento, especialmente com conexões seriais. Geralmente depende da segurança da rede. Escalabilidade limitada para grandes instalações. Baixo custo de hardware.
PROFINET Utiliza tecnologia Ethernet padrão. Capacidades de comunicação em tempo real. Altas taxas de dados. Suporta transmissão de dados segura e eficiente. Altamente versátil com várias topologias. Pode envolver custos com cabos especializados, switches Ethernet e módulos de interface.
OPC UA Padrão independente de plataforma para integração OT/IT. Suporta tipos de dados complexos, eventos e alarmes. Modelagem de dados robusta, criptografia baseada em certificado. Altamente escalável. Implementação inicial pode ter custos elevados como com kits de ferramentas de desenvolvimento (SDKs) e recursos de hardware adequados.
MQTT Protocolo leve de assinatura. Suporte nativo nas principais plataformas de nuvem. Baixo uso de largura de banda. Maior latência em comparação com alguns protocolos Ethernet industriais. Depende de protocolos subjacentes como SSL/TLS para segurança. Altamente escalável. Requer um broker para gerenciar o roteamento de mensagens. Pode exigir recursos de desenvolvimento, como para a necessidade de codificação para interpretar payloads.
LoRaWAN Comunicação de longo alcance. Opera em faixas do espectro de rádio. Adequado para aplicações de baixo consumo de energia e longo alcance. Latência é tipicamente de segundos. Criptografia AES-128 para segurança de dados. Escalável, suporta conectividade massiva de dispositivos. Baixo custo para cobertura de área ampla.

Estratégias de armazenamento de Dados IoT na indústria

Após a aquisição e transmissão, os dados da IIoT precisam ser armazenados em infraestruturas robustas. As três abordagens mais relevantes nesse contexto são computação em nuvem, computação de borda e bancos de dados temporais.

A computação em nuvem oferece uma solução escalável e flexível para o armazenamento e o processamento de grandes volumes de dados. Plataformas como AWS IoT, Azure IoT Hub e Google Cloud IoT integram recursos avançados de análise e visualização em tempo real. Essa abordagem é ideal para aplicações que exigem análises históricas, modelos de aprendizado de máquina e integração com sistemas corporativos.

Complementando essa estratégia, a computação de borda (edge computing) processa os dados próximos à fonte — como em gateways industriais ou controladores locais —, reduzindo a latência e o tráfego de rede. Essa característica é crucial em cenários que demandam resposta rápida, como controle de processos em tempo real ou manutenção preditiva. Nessa abordagem, apenas os dados mais relevantes são enviados à nuvem, otimizando o uso da banda e dos recursos de armazenamento.

Já os bancos de dados temporais (time-series databases – TSDBs) são voltados para o armazenamento de séries temporais, ou seja, dados associados a carimbos de tempo (timestamps). Eles permitem acompanhar a evolução de variáveis ao longo do tempo, sendo ideais para dados que chegam continuamente e em alta frequência. Além disso, possibilitam consultas por intervalos temporais, facilitando a análise de tendências, detecção de anomalias e comparação de dados. Para garantir desempenho e economia de espaço, utilizam técnicas de compressão eficientes, aproveitando padrões repetitivos e previsíveis nos dados.

Essas três abordagens, combinadas, formam uma base sólida para a gestão eficiente e inteligente dos dados no ambiente industrial.

Aplicação do IoT em diferentes setores da indústria

De acordo com o IBGE (2023), 84,9% das indústrias de médio e grande porte no Brasil já utiliza alguma tecnologia digital avançada, sendo a IoT parte importante desse cenário. Os benefícios proporcionados pela IoT em áreas como produção e operações são evidentes, o que explica a concentração de suas aplicações nesses setores. Essa constatação é reforçada pelo estudo IoT Snapshot (2022), realizado pela Logicalis, que revela que mais de 60% das empresas pesquisadas possuem soluções de IoT implementadas, em fase de piloto ou em prova de conceito nessas mesmas áreas. Em um contexto global, o mercado de IoT em indústrias manufatureiras apresenta um potencial significativo, com projeções da Fortune Business Insights (2024) indicando um alcance de U$ 452,27 bilhões até 2032.

A tecnologia IIoT demonstra sua versatilidade e impacto em diversos setores industriais: no automotivo, otimiza a logística interna e o rastreamento de componentes, agilizando processos como recalls, e impulsiona investimentos em otimização da produção e manutenção preditiva, com cerca de 30% das indústrias brasileiras do setor engajadas nessa transformação; na indústria de alimentos e bebidas, a IoT viabiliza o monitoramento da produção e da qualidade, assegurando a conformidade com padrões e a consistência de produtos como cervejas, além de promover a eficiência no uso de utilidades como água e energia, alinhando-se a práticas de ESG; finalmente, no setor farmacêutico e químico, o monitoramento contínuo das condições de produção e armazenamento, especialmente a temperatura, garante a integridade dos produtos, enquanto a consistência de indicadores em reações químicas reforça a segurança operacional.

De acordo com a IDC, até o final de 2025 haverá mais de 55 bilhões de dispositivos IoT conectados globalmente, gerando cerca de 80 zettabytes de dados. Esse crescimento exponencial impulsiona organizações a expandirem seus ecossistemas digitais, integrando processos internos e firmando  parceiros estratégicos, com o objetivo de aumentar a resiliência e a flexibilidade operacional. Além disso, a convergência da IoT com tecnologias como machine learning e analytics avançado viabiliza operações autônomas e decisões em tempo real.

De acordo com a IDC, até o final de 2025 haverá mais de 55 bilhões de dispositivos IoT conectados globalmente, gerando cerca de 80 zettabytes de dados. Esse crescimento exponencial impulsiona organizações a expandirem seus ecossistemas digitais, integrando processos internos e firmando  parceiros estratégicos, com o objetivo de aumentar a resiliência e a flexibilidade operacional. Além disso, a convergência da IoT com tecnologias como machine learning e analytics avançado viabiliza operações autônomas e decisões em tempo real.

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